
1º de Abril ! Dia da mentira!! Quem nuca brincou assim? Mas não é dia da mentira não. Não é um dia para ser comemorado, lembrado, muito menos ser considerado um feriado! Porque a 46 anos atrás estava sendo derrubado o Presidente João Goulart, vamos voltar um pouco a história. Tudo começou no dia 31 de março onde tropas comandadas pelo general Olimpio Mourão Filho deixavam Juiz de Fora(MG) rumo ao Rio de Janeiro.
Era o inicio de um ciclo que colocaria fim em um regime democrático que só voltaria em 1989 com a primeira eleição direta para presidente.
Mas foi em 13 de dezembro de 1968 que é declarado o Ato Institucional número 5 (AI-5), onde decretava o fechamento do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores que só voltariam a funcionar quando o Presidente as convocasse, também podia suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por 10 anos, resumindo, o Executivo estava acima do Legislativo e do Judiciário.
Foi no AI-5 que os sindicatos, movimentos estudantis o todos aqueles que se opunham ao regime ditatorial sofreram mais represarias, onde muitos morreram ou foram exilados. Mas o que não morreu nem foi exilado foi o senso critico dos compositores, músicos, escritores, jornalistas, etc. Grandes canções foram escritas como “Para não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré, que alias conhecida como o hino da resistência ao regime militar, posso citar também Cálice e Roda Viva ambas de Chico Buarque.
Foi na ditadura, onde os grandes movimentos artísticos, políticos, culturais teve aceitação popular, simplesmente porque a grande massa não aceitava a condição atual do país, a condição de não terem a liberdade de se expressarem sem medo de serem presos ou mortos. Agora cabe a pergunta. Nós conseguimos essa liberdade? Sim, claro, sem sobra de dúvida.
Agora, outra pergunta. O que nós estamos fazendo com essa liberdade? Principalmente a juventude, o que nós jovens temos feito com a nossa liberdade? É claro, vamos para cruzeiros universitários nos embriagar e nos drogar regados ao som de muito pagode, gaiola das popozudas e pseudo-sertanejo que hoje é chamado de sertanejo “universotário”. É isso que temos feito com a nossa liberdade de pensamento.
Hoje estava voltando da livraria cultura, estava lendo um livro que mostra documentos da CIA depois da morte de Che Guevara e uma menina no metrô viu a capa que tem a foto dele e perguntou pro namorado: “quem é o Che Guevara?” o namorado respondeu: “não sei muito bem não” e ela disse: “Eu pensei que era o Tiradentes, mas também nem sei quem foi o Tiradentes, só sei que tem o feriado” e os dois riram! E eu penso, do que adiantou tanta luta? Do que adiantou Vladmir Herzog morrer para hoje termos essa juventude? Será que estou sozinho nesse mundo? Não tem mais nenhum outro jovem querendo colher os frutos da liberdade tão suada conquistada pelas juventudes que viveram a ditadura? São essas questões na minha mente. Vou ser muito sincero, eu perco a esperança quando vejo os jovens de hoje! Talvez eu seja um tanto utópico, um sonhador. Será que o meu grito só vai fazer eco? Ou será que alguém vai ouvir? Onde está aquela juventude ativa? Hoje vejo a juventude como uma grande massa de modelar! Modelada pelas grandes industrias para consumir e consumir e só isso! Consumo, a juventude de hoje se resume simplesmente nisso. Consumo!
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