sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Depende do SUS? Um Feliz Natal Para Você!!



Faltando um pouco mais de uma semana para o fim da primeira década do segundo milênio, os nobres Deputados na Assembléia Legislativa de São Paulo aprovaram na calada da noite de terça-feira do dia 21 de dezembro de 2010 o Projeto de Lei
Complementar 45/2010. O PLC prevê o repasse de 25% dos leitos do SUS para convênios médicos privados. Alguém não está entendendo?

Simplificando, 25% dos leitos do Sistema Único de Saúde no Estado de São Paulo será destinada para empresas de saúde.

Eis a questão! Os Planos médicos já não deveriam destinar essas pessoas para os devidos serviços privados? Como fica a situação da grande maioria que depende do SUS? Se 100% já não dá conta! Ainda vão tirar 25% deles. Deles, quero dizer os pobres! Pobres que não pagam planos médicos!

Vão dizer “Mas todos tem o direito de usar o SUS”. Sim Todos têm. Os ricos que pagam planos de saúde também e tem Lei para isso. A Lei 9058/94 prevê que usuários de planos privados usem hospitais e serviços do SUS, porém financiados pelos planos médicos. Caso totalmente oposto ao do PLC 45/2010.

Quando me perguntam o porquê não gostar do PSDB, é por causa de coisas desse tipo. Sempre querendo privatizar, privilegiar os já privilegiados, pouca atenção a educação e aos professores baixos salários e levar com mão de ferro o relacionamento com as entidades sociais.

É esse o presente de Natal que o PSDB e sua corja do DEM dão a população mais carente do Estado de São Paulo. Feliz Natal a todos os garis, lixeiros, empregadas domésticas, garçons, operadores de telemarketing, motoristas. Feliz Natal para você que depende do Metrô as 6:30 da manha indo trabalhar. Feliz Natal a Todos nós e que Deus Abençoe a América!

Entenda Mais Sobre o PLC 45/2010

Aqui você vê qual Deputado(a) votou a favor ou contra o PLC 45/2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Vida Dentro da Fábrica Suicida do iPhone




Toda manhã, às 6h45, milhares de jovens trabalhadores correm para o portão norte da planta Longhua, a principal fábrica da Foxconn, um edifício de 3 km² de alta segurança cercado por dormitórios.

As meninas vestem casacos cinza e rosa. Os meninos estão de preto ou ternos azul escuro. Todos têm um crachá magnético da Foxconn pendurado no pescoço, necessário para entrar no dormitório e nas proximidades da fábrica.

Na cidade de Longhua, cada prédio tem redes de segurança instaladas nos telhados
e cabos de aço nas janelas para evitar que trabalhadores cometam suicídio. No entanto, um menino de 23 anos de idade se atirou do quarto no último mês de
novembro: foi o 14o suicídio na fábrica da Foxconn só este ano, de acordo com grupos
de trabalho chineses.

Todos os trabalhadores comem uma sopa de macarrão por 3 yuans (R$ 0,76) no caminho para o trabalho. Eles são muito jovens: têm entre 17 e 24 anos.

Na fábrica Longhua, os 32 mil empregados produzem iPads, iPhones de quarta geração, os smartphones da Nokia, os cartuchos HP, Sony Playstation e laptops da Acer e Dell.

Independente de estarem no turno do dia ou da noite, a maioria dos trabalhadores gastam 12 horas por dia, seis dias por semana, no chão da oficina. Eles têm um intervalo de apenas 10 minutos a cada duas horas e não estão autorizados a falar uns com os outros.

“Desde os suicídios, muitas coisas mudaram: podemos sentar durante o trabalho e os nossos gestores foram ensinados a ser menos grosseiros conosco”, conta o funcionário Liao Ting.

Após três aumentos desde junho, Liao agora ganha 3,2 mil yuans por mês (R$811), incluindo as horas extras. Sua situação é muito melhor se comparada com a de maio, quando sua renda era de 1,2 mil yuan (R$304). Ele vem trabalhando na linha de montagem do iPhone 4G há oito meses.

No entanto, Liao culpa a Foxconn pela enorme pressão no trabalho. “Em troca do aumento salarial, me cobram um aumento de produtividade de 40%. Todos os dias tenho que verificar a pintura de 8 mil iPhones”. Liao Ting lamenta a falta de simpatia dos seguranças ou gerentes causada pela imensidão da fábrica e sua solidão em seu dormitório. De janeiro a novembro de 2010: 14 funcionários se suicidam na Foxconn.

JORDAN POUILLE - METRO WORLD NEWS

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Flauta Doce no Trem!

Voltando de um aniversario de uma amiga, na estação Sé do metrô esperando o trem eu comecei a ouvir algo parecido com isso:


Quis prestar mais atenção naquelas notas, e percebi que elas viam de um rapaz vestido com uma toca de Papa Noel, sapato muito bem engraxado, camisa vermelha e colete bege. Enquanto ele tocava percebi certo descontentamento por parte de uma mulher que fez questão de ir para a ultima porta.

Ao entrar no vagão quis me aproximar e fazer algo que gosto muito, observar. Com ele tinha mais duas garotas e se eu não me engano eles tinha acabo de se conhecer. Uma das garotas era pintora e levava com ela alguns de seus quadros ao escutar um pouco do diálogo percebi que a outra garota tocava alguma coisa de sopro, talvez trombone.

Ao observar aquelas três pessoas, percebi em seus olhares e sorrisos a sua satisfação e alegria de estarem ali, talvez eu tenha testemunhado o inicio de uma grande amizade e comecei a me sentir talvez um pouco da mesma forma que eles, não pelo mesmo motivo que eles mas talvez por estar testemunhando uma cena de tão conteúdo. Não aquelas faces fechadas sem expressão de todos do metrô, mas sorrisos e diálogos com conteúdo.

O Rapaz, ao se despedir diz a moça dos quadros: “Vou descer aqui. Bem, foi uma prazer conhecer você e a sua arte”. Para a outra um tchau simples e a troca de contatos de todos eles.

Eu, ao descer na minha estação, já estava seriamente pensando em escrever esse post. E depois de tudo que vi, realmente cheguei a uma conclusão.

Quando nós, seres humanos que viemos do pó e ao pó voltaremos fazemos as coisas com amor dedicamos a nossa vida a uma coisa e colocamos amor, todo o resto fica ameno.
Talvez essas três pessoas estavam voltando de seus respectivos trabalhos e que as vezes não tem nada a ver com suas atuações artísticas. Mas por eles se conhecerem ali e terem algo em comum para eles estarem ali já eram motivo de contentamento.

Percebi também que o celular dele na nossa linguagem capitalista selvagem era um tanto quanto obsoleto. Agora, eis a indagação. Será que vale tanto a pena nos sempre corrermos e corrermos para sempre consumir o que há de mais novo no mercado?
Por que a sociedade sempre quer consumir e consumir a qualquer custo?

Realmente, eu sempre vi aqueles rostinhos bonitos e de almas vazias em vários lugares e por ter visto muitos em vários lugares e me desesperançando com a sociedade, principalmente com os Jovens. Mas depois que eu vi hoje, ainda existe um raio de esperança.

Estou com muito sono e talvez mais tarde eu melhore isso aqui! Talvez ninguém leia mesmo!

Boa noite!